segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Relato de Parto - Amanda Aguiar - Nascimento do Luca

Amanda, Izabella e Luca


Tudo começou as 4h e pouquinho da madrugada, do dia 18 de novembro, onde completava 39 semanas exatas, quando já não conseguia mais dormir, pois minha barriga estava ficando muito dura; decidi pegar o celular e olhar no relógio para me certificar de quanto em quanto tempo isso estava acontecendo; e para minha surpresa, eram exatos 10 em 10 minutos, eu não acreditando que podia ser as contrações, lembrei de uma dica que minha médica deu para eu saber identifica-las, que era apertar o umbigo deitada, e se estivesse bem duro, eram as contrações; dito e feito, a cada 10 minutos minha barriga endurecia e meu umbigo ficava duro igual pedra; passando os minutinhos da contração, tudo voltava ao normal.
     Me dando conta que o Luca poderia nascer e como não estava sentindo dor, somente essa sensação de barriga enrijecida, resolvi levantar na ponta do pé para não assustar o marido e tomar um banho, pois tinha que lavar meu cabelo (que já estava feio e oleoso  UAHuhhauHAU) tudo isso na maior paciência, mas ao mesmo tempo a cabeça não parava de pensar: É HOJE!


Terminando o banho, já com a roupa que havia separado para ir para maternidade, resolvi acordar o marido e falar sobre as contrações, ele por sua vez, com muito sono e acredito que me vendo serena, não se deu conta de que já estava em trabalho de parto; aguardei dar umas 6h da manhã e liguei para minha médica, quando a mesma disse: – “Amanda, venha no meu consultório nas próximas horas que preciso ti examinar para verificar sua dilatação”. Como eu realmente estava calma e se dor alguma, deitei e dormi e por volta das 9h da manhã meu celular toca; era a Dra. Izilda, minha médica, quase me puxando as orelhas por eu não estar em seu consultório. Foi quando acordei meu marido, e falei: – “Querido, precisamos ir na médica, ela quer me ver!” Ai sim, ele levantou assustado, e realmente se deu conta do que estava acontecendo; dei banho na minha filha Isabella, deixei ela arrumadinha, peguei uma roupinhas pra ela, caso ela precisasse trocar, marido toou banho, e fomos rumo ao consultório da médica.
Chegando lá, ao me examinar, constatou que havia somente uns 2,5 de dilatação; mandou eu ir pra casa da minha vó, pois ficava mais perto da maternidade, pediu que eu voltasse as 15h, para que ela verificar como estava evoluindo a dilatação e me disse: “Hoje está um lindo dia para se nascer um neném” (estava um dia LINDO de SOL e calor agradável).
Mesmo já tendo pego as malas e tudo que precisávamos, resolvemos ir pra casa para, que fica em uma cidade vizinha da maternidade; foi o tempo de comermos, tomar um banho, pegar minha mãe e minha irmã (pois todos queriam estar comigo na hora!) e voltar ao consultório para verificar novamente a dilatação, e eu que achei que iria ir para o hospital neste momento, me enganei, a Dra. mandou eu voltar para casa (dessa vez, fiquei na casa da minha cunhada, que tbm é próximo a maternidade), e disse para retornar as 18h que as contrações estariam diminuídas; e não é que quando faltavam dez minutos para as 18h as contrações, estavam vindo de 5 em 5 minutos.
        Foi quando voltei em seu consultório, e de lá a Dra. já telefonou para maternidade que eu iria me internar, e deixou tudo pronto para a minha chegada!
         Eu, marido, filha, mãe, irmã, irmão, cunhada, sobrinho, fomos todos para a maternidade, uma festa sóauhUAHuahuA. Chegando na maternidade aguardei até ser feita a internação, logo depois de toda a burocracia, minha médica chega e nossa saga continua!
        Já no quarto que eu iria ficar, entraram minha mãe, marido e a médica; a outra parte da galera, voltou para a casa da minha cunhada e aguardar noticias…
        Minhas contrações estavam bem ritmadas, porém ainda sem dor alguma, foi então que a médica me pediu para fazer uma forcinha toda vez que a contração vinha… Isso tudo por volta das 21h, quando passou da meia noite, já do dia 19 de novembro a coisa começou a focar feia HuahUAHUahUAHUha, comecei a sentir as dores, me senti muito forte nessa hora, pois as dores eram intensas e eu consegui suporta-las numa boa…  e foram em média umas 3h de muita dor intensa, eu estava em um parto totalmente ativo, como a minha médica mesmo disse. 
        Eu segurava na barra da maca e abaixava cada vez que uma contração vinha, as dores aumentavam cada vez mais, eu já estava MUUUUUITO cansada… Então, a Dra. pediu que o marido fizesse massagens na altura do meu cóccix dizendo que as dores diminuiriam, e realmente foi o que aconteceu, o marido se abaixou comigo e pressionava  com força a mão fazendo uma massagem intensa no momento da dor, eu lembro que fechava os olhos, focava na dor e conseguia canalizar ela somente em um lugar, e com as massagens, tudo ficava mais fácil.
        Teve um momento, que não estava aguentando mais as dores, estavam muito intensas e quase sem intervalos,  o momento tão esperado estava se aproximando, a médica vendo meu sofrimento, ou melhor, minha persistência e garra, falou para eu sair da posição de cocaras e deitar um pouco. Foi ai que o marido deu a vez para a mãe, que já me olhava com um olhar de dó e preocupação, e eu tentando acalma-los o tempo todo, dizendo que era o meu momento e que iria aguentar até o fim; então a Dra. pediu que eu deitasse de lado e que a mãe segurasse minha perna pra cima, pra que eu pudesse fazer a força no momento da contração, era a mãe de um lado segurando minha perna me fazendo carinho, e a médica do outro lado ouvindo o coração do baby o tempo inteiro, para verificar se ele estava bem e eu a protagonista na história, fazendo muito força, não vendo a hora dele vir logo ao mundo, pois já estava ficando sem forças. Em um certo momento no meio disso tudo, a Dra. fez o exame de toque e já estava com 10 de dilatação, as contrações quase já não tinham interrupções, era pauleira a quase todo minuto!
    A Dra, disse: “Agora sim, Luca vai nascer” e por volta das 2h e 30m da madrugada fomos para a sala de parto, eu, marido e a médica, deixando minha mãe com um olhar preocupado  no quarto nos aguardando, mas neste momento eu não tinha condições nem de acalmá-la, pois estava focada com minhas dores, focada em sentir meu filho abrindo minhas entranhas para querer sair… É uma sensação incrível, eu me sentia forte, guerreira, mulher, cada vez que suportava uma dor daquelas, mas mal eu sabia, que aquilo não era nada perto do que estava por vir!
Chegando na sala de parto, a Dra. me apresenta o anestesista e fala: “Bora tomar anestesia Amanda?” eu respondi, bem decidida: “Depois de tudo que eu passei, de quase 24h de trabalho de parto, de tantas dores, eu não quero NÃO!!” Eu não lembro de onde tirei tanta força e coragem para dizer isso.. não sei o que aconteceu, pois hoje eu faria diferente, mas haji na emoção, e lá fui eu parir meu filho, como um animal, na mais tenra naturalidade, e quando me dei conta meu filho já estava passando pelo canal, perto de nascer, e foi muita, mais muita, muita, muitaaaaaaa DOR! Sabe aquelas cenas de televisão onde aparece uma mulher parindo, gritando, suando? Pois é, é desse jeito… Era tanta força que eu tinha que fazer (pois a médica a todo momento ficava me dando força e dizendo para não parar) que para dar vasão a isso tudo, eu precisei gritar, eu precisei quase arrancar meus cabelos, eu precisei implorar para a médica a anestesia (eu pedi muitas vezes a Dra. a anestesia), mas já não havia mais volta; foram em média uns 20 minutos dessa intensidade toda, desde a hora que o bebê estava no canal até ele nascer…. 


Relato da obstetra
Foi a minha escolha! Eu quis parir assim, eu quis sentir tudo, e senti; foi intenso, teve muita dor e sofrimento, mas eu coloquei meu filho no mundo da forma mais natural possível e hoje contando e relembrando tudo isso, me sinto muito orgulhosa do meu feito; Como meu marido também sente, pois ele esteve o tempo todo ao meu lado, com a respiração ofegante, que nunca mais vou esquecer o som, e me olhava com o olho arregalado a cada grito que eu dava. Tenho certeza que hoje, ele me vê de uma maneira diferente, pois viu o quão guerreira eu fui; e sinto isso no olhar e nas atitudes dele.
A sensação de quando o bebê nasce, depois de tudo que você passou, é uma recompensa sem tamanho, é uma sensação inexplicável, que você passaria tudo de novo por aquilo, só pra sentir novamente aquele amor, de quando olha pra sua cria.
Hoje tenho duas histórias diferentes pra contar, foram dois partos distintos.. Mas eu gosto mesmo é de contar esse aqui pra todo mundo.. Afinal eu mereço me gabar e me sentir orgulhosa, não é? 

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