segunda-feira, 9 de março de 2015

Relato de Parto - Thamy Pezzi


Quando descobri que estava grávida não tinha a mínima informação sobre parto, inclusive, acreditava que, por minha mãe ter tido cesárea, eu também teria. Mas (graças a Deus) comecei a pesquisar sobre parto e descobri todos os benefícios do parto natural. Li vários livros, vi vários vídeos, e depois de assistir “O Renascimento do Parto” e “Violência Obstétrica” não tive dúvidas, decidi que a Letícia nasceria quando estivesse pronta, na hora dela, da maneira mais natural possível! Mudei de G.O com quase 30 semanas, procurei uma Doula e decidi me preparar para esse momento, fiz hidroginástica para grávidas e depois comecei o Yoga como preparação para o parto. 






Fui uma grávida super tranquila e ativa. Trabalhei até um dia antes do parto. Parece que tudo aconteceu perfeitamente. No dia em que parei em casa, e consegui realmente descansar um dia inteiro, minha princesa resolveu dar o sinal. Com 39 semanas fui à consulta de rotina com a Dra. Cris Pacheco, e tudo estava super bem, Letícia encaixada como sempre esteve desde o 7º mês, e colo fino. Comecei realmente a ficar ansiosa quando o “tampão” saiu, com 39 semanas e 2 dias. Não via a hora de começar a sentir as famosas “cólicas”. Até que elas começaram a vir quase imperceptíveis. Estava com 39 semanas e 5 dias.

Era a virada da Lua, e eu, que sempre conversei com Deus e com a Lelê, fui para a varanda olhar a lua e então comecei a acariciar a barriga dizendo à Letícia que a mamãe estava pronta para recebê-la, que a partir daquele dia só ficaria a sua espera, para ela vir quando quisesse, quando estivesse pronta; e pedia a Deus para deixá-la vir naturalmente, e que viesse com muita saúde. Desde então o TP começou. Realmente algo divino! 

Comecei a sentir as contrações bem de leve. Deitei e esperei ficarem menos espaçadas, como minha médica havia me informado: 2 contrações de 40 segundos, num intervalo de 10 minutos. Elas não tomavam esse padrão, mas começaram a incomodar. Não conseguia mais ficar deitada. Então peguei a bola e ficava deslizando a cada contração. O incomodo ia aumentando e as contrações vinham de 8 em 8 min, de 10 em 10 min, e não chegavam aos 5min. Até que fiquei na dúvida sobre o incomodo ficar maior e liguei para a Dra. Cris, que sugeriu me examinar dali a 1 hora  para que eu ficasse tranquila.

Acordei meu noivo e fomos. No caminho, estava tentando me preparar para voltar para casa caso estivesse com pouca dilatação, mas torcendo para o TP evoluir. São mais ou menos 15 minutos da minha casa até o hospital, e nesse tempo as contrações evoluíram muito rápido, estavam vindo de 3 em 3 minutos. Eu nem estava acreditando! Antes conseguia até conversar durante as contrações, agora já não dava mais. Quando sentia que ela vinha me concentrava e respirava. Chegamos ao hospital às 2:30 da manhã, e quando a Dra disse que minha dilatação era de 5cm e o colo estava super fino eu comemorei com um: “UHUL!!”, acho até que a enfermeira estranhou, mas eu estava feliz demais pra me conter.

Fomos então fazer o cardiotoco enquanto meu noivo resolvia o apartamento (um estresse a parte que, Graças a Deus , só tomei conhecimento depois do parto. Todos os apartamentos estavam agendados para cesáreas eletivas às 7 da manhã, o hospotal estava lotado porque um feriado estava próximo. Imaginem a situação! Eu, em TP, e não queriam liberar um apartamento. Absurdo!). Na hora do exame, a Rê, minha Doula querida, chegou, e assim que o exame terminou todos fomos ao apartamento. Já cheguei e pedi para tomar um banho quente. Me senti super relaxada e queria estar assim para a chegada da princesa. Meu pai chegou para trazer umas frutas, que esquecemos na hora da correria, e depois que saí do banho, o tranquilizei, tiramos uma foto e disse a ele para ir trabalhar, imaginava que a Letícia chegaria lá para as 11h. Ainda bem que ele estava ansioso e ficou esperando na recepção. Daí então, diminuímos as luzes, fiquei na bola dando pulinhos e respirando a cada contração. Nos intervalos conversávamos bastante, Milton sempre me fazendo rir e me distraindo, a Rê sempre me auxiliando nos movimentos com a bola, colocando bolsa com água quente nas minhas costas e a Dra. Cris conferindo os batimentos da princesa.


Não tinha noção da dor, e então calculei que ela aumentaria bastante até umas 11h da manhã. Fiquei preocupada e perguntei a Rê se era isso mesmo que eu estava pensando, porque o incomodo estava aumentando muito. Estava começando a sentir dor na lombar. Ela imaginou que o TP estivesse evoluindo rápido e então a Dra. Cris tocou e disse que estava com 8cm de dilatação. Fiquei feliz demais por estar evoluindo rápido! Nas aulas de yoga costumava brincar que a Lelê viria rápido e seria “Ploft”, a Rê morria de rir, mas eu sempre tive esse tipo de pensamento positivo quanto ao parto, e acredito muito na força do pensamento.

Voltando... Estava com 8 cm: UFA! Podia ir para o chuveiro. Lá a dor da contração era minimizada com a água quente que o Milton ficava colocando na minha lombar, e na minha barriga. A dor foi aumentando e quando sentia a contração vindo, só a respiração não era o suficiente, comecei a fazer o mantra do yoga “ommm” a cada contração, e elas vinham cada vez menos espaçadas. Perdi a noção do tempo e algumas partes até me fogem a memória, já estava na partolândia, e nem imaginava. Nem sei o quão alto emanava o mantra a cada contração. 


De repente me assustei e gritei: “Rêê!!! Tô sentindo vontade de empurrar, o que eu faço?”. E ela: “Já? Se sentir vontade, empurra!”. É incrível como a natureza age.  Minha Letícia estava chegando! A dor aumentou de uma forma que cheguei a falar ao Milton que não sabia se aguentaria se ainda fosse demorar muito.  A dor era bem forte na lombar, incomodava bastante. A Dra. Cris então disse que poderia aliviar se ela estourasse a bolsa, até então nada de líquido havia saído. Concordei, e foi a melhor coisa que poderia ter acontecido naquela hora. Foi um alívio gigante!

Estava tão bem no chuveiro que pedi para Letícia nascer ali, a dra. estava organizando tudo para que isso acontecesse, mas quando a Dra. Adeliane, neonatologista, chegou, me sugeriu sair e sentar na banqueta de parto, porque seria melhor para prestar atendimento a minha princesa caso fosse necessário. Então entre uma contração e outra, deviam estar vindo de 30 em 30 segundos a essa hora, levantei, e fui para a banqueta de parto. Com o Milton atrás de mim, me apoiando e fazendo massagem na lombar, e a Dra. Cris escutando o coração da Letícia.

As contrações espaçaram, e eu perguntava: “Por que não estão vindo? O que aconteceu?” A Rê então pegou as mãos do Milton e o ensinou a dar uns apertos de leve na barriga, e foi sensacional como a cada aperto parecia que ele chamava a contração. Ela vinha, eu fazia força, e relaxávamos. E então ele fazia novamente. Foi mágico assistir a participação dele nesse momento tão lindo! Entre uma contração e outra toquei a cabeça da Letícia, senti aquele enrrugadinho e o cabelinho. E como foi emocionante! Ela estava muito perto! Mais duas forças, ela veio ao mundo! A cabecinha primeiro, e depois o corpinho deslizou quentinho nas mãos da Dra. Cris, e veio diretamente para o meu colo. Indescritível! O primeiro olhar! O choro! E ela já mamou, nos primeiros minutos de vida. A conexão mais linda! Naquele momento o tempo parou. Foi um sonho! Só de lembrar fico em êxtase. Foi exatamente como eu sonhava, totalmente fisiológico, sem nenhuma intervenção. Uma benção! Milton cortou o cordão umbilical assim que ele parou de pulsar. Nossa gordinha nasceu 5 de dezembro de 2014, às 6h da manhã, com 4.080 kg e 52cm. Não foi aspirada e nem deixamos que colocassem o colírio. Super saudável! Com 40 semanas e 1 dia. 



Passei a noite em claro, totalmente em êxtase, lembrando de cada momento do parto, olhando para o rostinho dela e agradecendo a Deus pela perfeição daquele dia. Hoje, conto minha história com muito orgulho, e às vezes me pego com saudades do parto.

Não poderia deixar de agradecer minha doula, Renata Mourão, um anjo na minha vida! Realmente não sei como seria sem ela, muito obrigada por todo apoio, informação e carinho! Minha médica G.O, Cristiane Pacheco, que me acolheu com quase 30 semanas de gestação, sempre tranquila, carinhosa, e com total respeito ao parto e as minhas escolhas; a pediatra super simpática e atenciosa, Adeliane Bianchini; e ao meu noivo, pai babão, muito obrigada por me apoiar na minha escolha, e participar tão ativamente desse momento, Amo você!

“Cada pedaço do meu corpo sentiu, vibrou e se harmonizou com o universo para tê-la em meus braços do jeito que sonhei! Coragem eu precisaria para perder toda a magia que vivi. Para parir precisei apenas de respeito e amor”.

Hoje a gordinha tem três meses, e é a razão das nossas vidas.



Thamy Pezzi
Manaus - AM

9 comentários:

  1. Thamy que lindo, me emocionei! Deus é Maravilhos! Parabéns por sua linda família. Beijinhos

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  2. Thamy que lindo, me emocionei! Deus é Maravilhos! Parabéns por sua linda família. Beijinhos

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  3. Tambu, parabens pelo parto! Emocionei com o seu relato. Estou na 37 semanas e moro em Manaus, gostaria de saber qual foi o hospital? Abraços

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    1. Olá, thais!!! Foi na unimed. Boa hora pra você!! Beijoss

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  4. Olá Thamy, vc poderia deixar o contatobda sua médica? Estou de 32 semanas e não existe em Manaus alguém que queira fazer meu parto de forma normal. ...

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    1. olá Luana!!! Também passei por isso. É muito difícil achar aqui em Manaus médicos que realmente sejam humanizados. Mas a dra Cris é incrível! Você vai amar!! O tel do consultório é esse: 3236-6331 bjoss e boa hora pra vc!!!

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  5. Parabéns. É realmente mágico e único esse momento. Não consigo me esquecer da sensação de pegar meu filho logo após ele sair de dentro de mim. O chorinho. Tudo. É lindo. Parabens

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  6. Parabéns, que sorte a sua! Saúde pra vcs! Obrigada por compartilhar sua experiência

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