Quando descobri que estava grávida não tinha a mínima
informação sobre parto, inclusive, acreditava que, por minha mãe ter tido
cesárea, eu também teria. Mas (graças a Deus) comecei a pesquisar sobre parto e
descobri todos os benefícios do parto natural. Li vários livros, vi vários
vídeos, e depois de assistir “O Renascimento do Parto” e “Violência Obstétrica”
não tive dúvidas, decidi que a Letícia nasceria quando estivesse pronta, na
hora dela, da maneira mais natural possível! Mudei de G.O com quase 30 semanas,
procurei uma Doula e decidi me preparar para esse momento, fiz hidroginástica
para grávidas e depois comecei o Yoga como preparação para o parto.
Fui uma grávida super tranquila e ativa. Trabalhei até um dia
antes do parto. Parece que tudo aconteceu perfeitamente. No dia em que parei em
casa, e consegui realmente descansar um dia inteiro, minha princesa resolveu
dar o sinal. Com 39 semanas fui à consulta de rotina com a Dra. Cris Pacheco, e
tudo estava super bem, Letícia encaixada como sempre esteve desde o 7º mês, e
colo fino. Comecei realmente a ficar ansiosa quando o “tampão” saiu, com 39
semanas e 2 dias. Não via a hora de começar a sentir as famosas “cólicas”. Até
que elas começaram a vir quase imperceptíveis. Estava com 39 semanas e 5 dias.
Era a virada da Lua, e eu, que sempre conversei com Deus e
com a Lelê, fui para a varanda olhar a lua e então comecei a acariciar a
barriga dizendo à Letícia que a mamãe estava pronta para recebê-la, que a
partir daquele dia só ficaria a sua espera, para ela vir quando quisesse,
quando estivesse pronta; e pedia a Deus para deixá-la vir naturalmente, e que
viesse com muita saúde. Desde então o TP começou. Realmente algo divino!
Comecei a sentir as contrações bem de leve. Deitei e esperei
ficarem menos espaçadas, como minha médica havia me informado: 2 contrações de
40 segundos, num intervalo de 10 minutos. Elas não tomavam esse padrão, mas
começaram a incomodar. Não conseguia mais ficar deitada. Então peguei a bola e
ficava deslizando a cada contração. O incomodo ia aumentando e as contrações
vinham de 8 em 8 min, de 10 em 10 min, e não chegavam aos 5min. Até que fiquei
na dúvida sobre o incomodo ficar maior e liguei para a Dra. Cris, que sugeriu
me examinar dali a 1 hora para que eu
ficasse tranquila.
Acordei meu noivo e fomos. No caminho, estava tentando me
preparar para voltar para casa caso estivesse com pouca dilatação, mas torcendo
para o TP evoluir. São mais ou menos 15 minutos da minha casa até o hospital, e
nesse tempo as contrações evoluíram muito rápido, estavam vindo de 3 em 3
minutos. Eu nem estava acreditando! Antes conseguia até conversar durante as
contrações, agora já não dava mais. Quando sentia que ela vinha me concentrava
e respirava. Chegamos ao hospital às 2:30 da manhã, e quando a Dra disse que
minha dilatação era de 5cm e o colo estava super fino eu comemorei com um:
“UHUL!!”, acho até que a enfermeira estranhou, mas eu estava feliz demais pra
me conter.
Fomos então fazer o cardiotoco enquanto meu noivo resolvia o
apartamento (um estresse a parte que, Graças a Deus , só tomei conhecimento
depois do parto. Todos os apartamentos estavam agendados para cesáreas eletivas
às 7 da manhã, o hospotal estava lotado porque um feriado estava próximo. Imaginem
a situação! Eu, em TP, e não queriam liberar um apartamento. Absurdo!). Na hora
do exame, a Rê, minha Doula querida, chegou, e assim que o exame terminou todos
fomos ao apartamento. Já cheguei e pedi para tomar um banho quente. Me senti
super relaxada e queria estar assim para a chegada da princesa. Meu pai chegou
para trazer umas frutas, que esquecemos na hora da correria, e depois que saí
do banho, o tranquilizei, tiramos uma foto e disse a ele para ir trabalhar,
imaginava que a Letícia chegaria lá para as 11h. Ainda bem que ele estava
ansioso e ficou esperando na recepção. Daí então, diminuímos as luzes, fiquei
na bola dando pulinhos e respirando a cada contração. Nos intervalos conversávamos
bastante, Milton sempre me fazendo rir e me distraindo, a Rê sempre me
auxiliando nos movimentos com a bola, colocando bolsa com água quente nas
minhas costas e a Dra. Cris conferindo os batimentos da princesa.
Não tinha noção da dor, e então calculei que ela aumentaria
bastante até umas 11h da manhã. Fiquei preocupada e perguntei a Rê se era isso
mesmo que eu estava pensando, porque o incomodo estava aumentando muito. Estava
começando a sentir dor na lombar. Ela imaginou que o TP estivesse evoluindo
rápido e então a Dra. Cris tocou e disse que estava com 8cm de dilatação. Fiquei
feliz demais por estar evoluindo rápido! Nas aulas de yoga costumava brincar
que a Lelê viria rápido e seria “Ploft”, a Rê morria de rir, mas eu sempre tive
esse tipo de pensamento positivo quanto ao parto, e acredito muito na força do
pensamento.
Voltando... Estava com 8 cm: UFA! Podia ir para o chuveiro.
Lá a dor da contração era minimizada com a água quente que o Milton ficava
colocando na minha lombar, e na minha barriga. A dor foi aumentando e quando
sentia a contração vindo, só a respiração não era o suficiente, comecei a fazer
o mantra do yoga “ommm” a cada contração, e elas vinham cada vez menos
espaçadas. Perdi a noção do tempo e algumas partes até me fogem a memória, já
estava na partolândia, e nem imaginava. Nem sei o quão alto emanava o mantra a
cada contração.
De repente me assustei e gritei: “Rêê!!! Tô sentindo vontade
de empurrar, o que eu faço?”. E ela: “Já? Se sentir vontade, empurra!”. É
incrível como a natureza age. Minha
Letícia estava chegando! A dor aumentou de uma forma que cheguei a falar ao
Milton que não sabia se aguentaria se ainda fosse demorar muito. A dor era bem forte na lombar, incomodava
bastante. A Dra. Cris então disse que poderia aliviar se ela estourasse a
bolsa, até então nada de líquido havia saído. Concordei, e foi a melhor coisa
que poderia ter acontecido naquela hora. Foi um alívio gigante!
Estava tão bem no chuveiro que pedi para Letícia nascer ali,
a dra. estava organizando tudo para que isso acontecesse, mas quando a Dra.
Adeliane, neonatologista, chegou, me sugeriu sair e sentar na banqueta de
parto, porque seria melhor para prestar atendimento a minha princesa caso fosse
necessário. Então entre uma contração e outra, deviam estar vindo de 30 em 30
segundos a essa hora, levantei, e fui para a banqueta de parto. Com o Milton
atrás de mim, me apoiando e fazendo massagem na lombar, e a Dra. Cris escutando
o coração da Letícia.
As contrações espaçaram, e eu perguntava: “Por que não estão
vindo? O que aconteceu?” A Rê então pegou as mãos do Milton e o ensinou a dar
uns apertos de leve na barriga, e foi sensacional como a cada aperto parecia
que ele chamava a contração. Ela vinha, eu fazia força, e relaxávamos. E então
ele fazia novamente. Foi mágico assistir a participação dele nesse momento tão
lindo! Entre uma contração e outra toquei a cabeça da Letícia, senti aquele
enrrugadinho e o cabelinho. E como foi emocionante! Ela estava muito perto!
Mais duas forças, ela veio ao mundo! A cabecinha primeiro, e depois o corpinho
deslizou quentinho nas mãos da Dra. Cris, e veio diretamente para o meu colo.
Indescritível! O primeiro olhar! O choro! E ela já mamou, nos primeiros minutos
de vida. A conexão mais linda! Naquele momento o tempo parou. Foi um sonho! Só
de lembrar fico em êxtase. Foi exatamente como eu sonhava, totalmente
fisiológico, sem nenhuma intervenção. Uma benção! Milton cortou o cordão
umbilical assim que ele parou de pulsar. Nossa gordinha nasceu 5 de dezembro de
2014, às 6h da manhã, com 4.080 kg e 52cm. Não foi aspirada e nem deixamos que
colocassem o colírio. Super saudável! Com 40 semanas e 1 dia.
Passei a noite em claro, totalmente em êxtase, lembrando de
cada momento do parto, olhando para o rostinho dela e agradecendo a Deus pela
perfeição daquele dia. Hoje, conto minha história com muito orgulho, e às vezes
me pego com saudades do parto.
Não poderia deixar de agradecer minha doula, Renata Mourão,
um anjo na minha vida! Realmente não sei como seria sem ela, muito obrigada por
todo apoio, informação e carinho! Minha médica G.O, Cristiane Pacheco, que me
acolheu com quase 30 semanas de gestação, sempre tranquila, carinhosa, e com
total respeito ao parto e as minhas escolhas; a pediatra super simpática e
atenciosa, Adeliane Bianchini; e ao meu noivo, pai babão, muito obrigada por me
apoiar na minha escolha, e participar tão ativamente desse momento, Amo você!
“Cada pedaço do meu corpo sentiu, vibrou e se harmonizou com
o universo para tê-la em meus braços do jeito que sonhei! Coragem eu precisaria
para perder toda a magia que vivi. Para parir precisei apenas de respeito e
amor”.
Hoje a gordinha tem três meses, e é a razão das nossas vidas.
Thamy Pezzi
Manaus - AM
Thamy que lindo, me emocionei! Deus é Maravilhos! Parabéns por sua linda família. Beijinhos
ResponderExcluirThamy que lindo, me emocionei! Deus é Maravilhos! Parabéns por sua linda família. Beijinhos
ResponderExcluirMuito obrigada, Ericka!!! De coração!! Beijoss
ExcluirTambu, parabens pelo parto! Emocionei com o seu relato. Estou na 37 semanas e moro em Manaus, gostaria de saber qual foi o hospital? Abraços
ResponderExcluirOlá, thais!!! Foi na unimed. Boa hora pra você!! Beijoss
ExcluirOlá Thamy, vc poderia deixar o contatobda sua médica? Estou de 32 semanas e não existe em Manaus alguém que queira fazer meu parto de forma normal. ...
ResponderExcluirolá Luana!!! Também passei por isso. É muito difícil achar aqui em Manaus médicos que realmente sejam humanizados. Mas a dra Cris é incrível! Você vai amar!! O tel do consultório é esse: 3236-6331 bjoss e boa hora pra vc!!!
ExcluirParabéns. É realmente mágico e único esse momento. Não consigo me esquecer da sensação de pegar meu filho logo após ele sair de dentro de mim. O chorinho. Tudo. É lindo. Parabens
ResponderExcluirParabéns, que sorte a sua! Saúde pra vcs! Obrigada por compartilhar sua experiência
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